Baby Greens Hidropônicos inova ao fazer tele-entrega com a solução de descarte em um saco plástico.
Desde que começou a pensar no cultivo sem solo, há 20 anos, o produtor Fernando Almeida, de Holambra (SP), tinha a convicção de produzir alimentos saudáveis, sem a utilização de pesticidas e fertilizantes químicos. A ideia de apostar em uma Hidroponia ecológica e financeiramente sustentável se concretizou em 2001, quando ele criou a Baby Greens Hidropônicos.
A empresa, que é administrada pelo produtor com a ajuda da mulher e dos dois filhos, produz, vende e distribuí produtos hidropônicos como alface, rúcula, agrião e outras folhosas 100% livre de agrotóxicos. Os vegetais são distribuídos para cinco restaurantes de Holambra e da vizinha Jaguariúna, mas a maior parte é comercializada diretamente com o comprador por meio de um sistema de tele-entrega. O delivery funciona de segunda-feira a sexta-feira e responde por 60% das vendas da empresa. “Eu também estava comercializando a produção em Campinas, mas, com a pandemia, fui obrigado a parar”, lamenta Almeida.
Os produtos são entregues aos clientes no mesmo dia do pedido e seguem até as casas dos consumidores acondicionados em caixas de papelão. Junto, os clientes recebem um saco plástico com um pouco da solução de descarte. “Com a solução de descarte, a planta dura muito mais e pode ficar até cinco dias fora da geladeira”, garante o empresário. A empresa também aposta pesado na apresentação do produto, para agregar valor. “Temos embalagens para presente com uma fitinha dourada”, ressalta Almeida.
A Baby Greens Hidropônicos começou com uma estufa de 50 metros quadrados, onde eram produzidas folhosas, principalmente alface, da variedade crespa, escolha de mais de 90% dos produtores hidropônicos. Em 2012, o agricultor também fez experiências com o sistema

floating de produção (piscina) e túnel. Em 2013, Almeida deu sequência ao projeto de ex-pansão da estrutura e conseguiu realizar o antigo sonho de ter uma estufa totalmente fechada e climatizada. E equipada com um moderno sistema de perfis removíveis.
Preocupado em não cometer erros que colocassem em risco o sucesso do projeto, antes de iniciar o empreendimento o produtor participou dos cursos de Hidro-ponia ministrados pelo coordenador do Laboratório de Hidroponia (LabHidro) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Professor Doutor Jorge Barcelos. “Eu fiz o curso básico de Hidroponia e aprendi muito com ele, que usa chás para combater as pragas e doenças da horta hidropônica”, lembra.
O empreendedor não usa agroquímicos na horta hidropônica e recorre ao controle biológico para evitar o surgimento de pragas e doenças. Mas quando as estufas são atacadas severamente por ácaros e pulgões ele suspende imediatamente a produção. “A gente joga tudo no lixo, espera alguns meses e recomeça a produzir com mudas novas”, explica Almeida, que foi um dos palestrantes do 12º Encontro Brasileiro de Hidroponia e 4º Simpósio Brasileiro de Hidroponia, que ocorreu em 2018, em Florianópolis (SC).
Diversificação
Atualmente, a Baby Greens Hidropô-nicos tem uma área de produção de aproximadamente 400 metros quadrados. Além de dez variedades de alface – com destaque para a Salanova, da Rijk Zwaan Brasil – a empresa de Holambra produz agrião, cebolinha, minicebola e rúcula, além de baby leafs (folhas jovens) de agrião e rúcula. Mas aposta sempre em novidades para surpreender os clientes, com o cultivo de acelga, beterraba, cebola, couve, couve-manteiga, couve-mizuna e repolho.
O produtor tentou introduzir microgreens em suas estufas, mas a experiência não deu certo. “Além de as sementes serem caras, os microgreens têm um ciclo muito curto e, se passar dois dias do ponto de colheita, vira um mato”, reclama. A empresa também arriscou o cultivo de melancia e melão hidropônicos. “A melancia não apresentou um bom resultado, mas conseguimos produzir o melão da variedade Golden, com um brix de 13.5”, comemora




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