DA AVICULTURA PARA A “AVIÁRIOPONIA”

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Em meados de 2014, a granja do produtor Rudi Siewert, de 64 anos, de Jaraguá do Sul (SC) já não tinha mais como vender sua produção de frangos, visto que o frigorífico da região havia fechado as portas há dois anos. Assim como os demais produtores da região, a família Siewert se mantém com a diversificação de sua produção, no caso, com criação de gado e cultivo de palmeira real.

Contudo, a estrutura da granja estava em desuso. “Foi então que um vereador nos deu a ideia para adaptarmos o local para receber uma produção hidropônica, a exemplo do que um avicultor da cidade vizinha, já havia feito isso para cultivar pepino em substrato de cinza de casca de arroz”, explica Siewert. Ele então foi buscar mais informações e decidiu acatar a sugestão.

Siewert é um dos quatro produtores, apenas em Jaraguá do Sul, que migraram da avicultura para a Hidroponia. Na região, em tom jocoso, os agricultores chamam a nova atividade de “aviárioponia”, pelo fato de utilizar a estrutura remanescente das granjas.

Entre as adaptações mais significativas da granja de Siewert está a retirada de todas as telhas, que deram espaço a filmes plásticos. O interior do aviário passou por higienização. “Decidimos iniciar com o cultivo de pepino em substrato também. Utilizamos as próprias telhas para construirmos parte dos canteiros. No restante, utilizamos madeira”, revela. Como substrato, o produtor também usa cinza de casca de arroz.

Com 12 por 100 metros, a agora estufa tem 86 metros quadrados de sua extensão dedicados à semi-hidroponia. O local tem uma capacidade para 3 mil mudas de pepino. Porém, o cultivar hoje divide espaço com a produção de morango e brócolis, ambos pelo mesmo método em substrato. A produção de morangos é vendida diretamente ao consumidor, enquanto o brócolis e o pepino são fornecidos para uma indústria de compotas de conserva.

Apesar do sucesso de hoje, o produtor admite que, no início, enfrentou dificuldades. “Quando começamos, eu não conhecia esse sistema de cultivo, bem como as pessoas que nos assessoraram também não estavam muito familiarizadas com o tema. Nós fomos cobaias e acabamos aprendendo junto”, brinca.

O agricultor, que mantém a estufa com o auxílio da esposa Nilsa, 63, reconhece que ainda precisa aperfeiçoar o manejo e continuar a evoluir. “Desde o início, nosso filho Joel (30 anos) nos ajuda a pesquisar pela internet mais informações técnicas. Também compartilhamos experiências com outros produtores. Acredito que é assim que vamos crescer juntos”, argumenta.

O agricultor ainda dá dicas para quem quiser iniciar e fala sobre os problemas que enfrenta e como consegue atenuá-los. 

Conheça mais sobre essa nova estrutura na edição 20.

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