Tudo começou com um presente. Romeu dos Santos gosta de pimentas e um amigo decidiu satisfazer-lhe o gosto com uma brincadeira plantada em um vaso. O agora empresário agrícola gostou e foi alargando as espécies cultivadas amadoramente em casa. Os resultados surpreenderam-no e decidiu apostar em uma exploração profissional.
Santos têm cerca de 30 variedades de pimentas semi-hidropônicas cultivadas no seu pequeno terreno em Ferreiras, Portugal. Não são muitas, no conceito deste recém-chegado ao mundo da agricultura. Para 2015 tenciona chegar às 180 variedades.
Juntou-se a um amigo, hoje fora da empresa, mas com quem mantém relação comercial, e fundou a Piri-Piri & Co. Na sociedade está também Rui Miguel Gordo, que o acompanha nos novos projetos da sociedade.
“Começou por ser um hobby. Gostava, mas não sabia nada sobre como cultivar”, revela Romeu dos Santos. “Fui procura na internet como era feita a produção. Inscrevi-me em alguns fóruns no Brasil, e a partir daí comecei a produção”, disse Romeu dos Santos, que conta que a criação da empresa foi um alívio para a família, por ter tirado de casa os diversos vasos com pimentas, que agora ficam na sede da companhia.
A área de cultivo situa-se em um terreno que o pai de Romeu dos Santos tinha sem utilização. É um espaço pequeno, de cerca de 3000 m2, dos quais 1000 são de estufa. Mas, os resultados têm sido animadores, a Piri-Piri & Co quer em 2015 expandir a área para mais 800 m2.
CLIMA AINDA É PROBLEMA
O tempo de produção é de cerca de meio ano, ao ar livre, começando entre março e abril até outubro e novembro. Em estufa, o cultivo prolonga-se por mais tempo, mas os meses de janeiro e fevereiro não deixam de ser complicados. “O problema é o frio, são plantas tropicais”, diz Romeu dos Santos. “Para a produção ocorrer bem, a temperatura não pode baixar os 27 °C”.
Na estufa, as plantas estão todas em vaso, utilizando o sistema de semi-hidroponia, com substrato, fibra de coco, água e fertilizantes.
A necessidade de água, no inverno e em estufa, é de um litro por planta, de três em três dias. Nos meses mais quentes é o dobro.
Em estufa, a regra geral é cada árvore dá uma colheita, que é quando atinge o seu apogeu. Abaixo do ‘máximo’ não é rentável, salienta Romeu dos Santos.