Tem gosto adocicado e um pouco aguado porque é menos ácido do que o tomatinho vermelho, cada fruto pesa apenas 25 gramas, tem pele mais fina e a cor é amarela. Esse é o tomate sweet grape, variedade bastante conhecida no Japão e que agora é produzido no Brasil.
A experiência é feita com um produto novo no mercado brasileiro: o tomate da variedade sweet grape, ou tomate uva, como conhecem alguns produtores. O controle de qualidade é só um diferencial neste tipo de produção.
O sistema de cultivo semi-hidropônico até se parece com o que é encontrado em muitas propriedades rurais. Porém, é dentro da estufa que começam as diferenças. O tomate neste tamanho, nesta cor, com nome “estrangeiro” promete, segundo o agrônomo Márcio Jampani, revolucionar a produção de hortifrutigranjeiros no país. O tomate chamado Sweet Grape foi desenvolvido no Japão e há cinco anos é produzido aqui no Brasil.
“Muita gente confunde com o tomate cereja, porque ele é um tomate pequeno, mas não. É um tomate diferenciado, por isso esse novo segmento. Ele é um fruto mais alongado, ele tem mais altura que diâmetro, por isso assemelha-se ao formato de uma uva, e pelo sabor. Esse sabor é determinado pelo alto teor de brix, que é o teor de açúcar”, explica Jampani.
O sistema de produção no Brasil é outro diferencial. O plantio é feito em vasos, com irrigação e temperatura controladas.
No laboratório de produção, os técnicos acompanham o desenvolvimento do tomate no pé e fazem pesquisas de todo o sistema de produção, desde a sementinha até a venda no mercado. O laboratório onde Jampani trabalha é pioneiro no país, pertence a um consórcio de empresários e todo o processo que eles desenvolvem no local passa por um controle rigoroso. O tomate sweet grape só vai para o mercado depois de atingir um padrão de cor, sabor e tamanho. Isso é o mínimo que o produtor deve saber só no bater o olho, se quiser participar deste mercado.
“Outro ponto importante: estar disposto a focalizar a sua atividade, a se dedicar a uma parte cada vez mais importante que é a produção, a tecnologia observando os critérios de sustentabilidade econômica, sustentabilidade ambiental e sócia. É esse produtor que nos interessa”, diz o diretor comercial Marcos Botelho.
Botelho é um dos diretores de uma das empresas do consórcio. A companhia detém os sistemas de integração e de franquia com os produtores. São 200 já no Brasil que produzem hoje 30 mil toneladas por ano de sweet grape.
“O grande incentivo ao produtor é na verdade a garantia da compra da sua produção de forma contratual, com preços pré-fixados. E um outro ponto importantíssimo é a motivação para que o produtor invista e se especialize cada vez mais em produção e tecnologia”, defende o diretor comercial.
Um pé de tomate Sweet Grape chega a produzir até 10 kg. O custo é de R$ 2,60 centavos por quilo. Para a venda, o produtor consegue quase o dobro.
Sempre que a fisioterapeuta Lucia Peito vai ao supermercado, ela compra o produto.
“É uma delícia. Ele é docinho, casca fina, é uma paixão. Muito gostoso”, afirma.