O que antes era um deserto em Almería, no sudeste da Espanha, agora é um mar de estufas – e o pomar da Europa. A agricultura intensiva das estufas trouxe prosperidade à área por meio de novas técnicas de cultivo de frutas e vegetais.
Um grupo de empresas pioneiras, trabalhando com o programa espanhol Feder-Innterconecta e com o Centro para o Desenvolvimento de Tecnologia Industrial (CDTI), criou o que pode ser uma grande mudança em termos de produção de frutas e vegetais: uma estufa que pode ser usada em um variedade de espaços ao ar livre incluindo parques e outros espaços verdes, terraços ou mesmo sótãos de edifícios urbanos.
A próxima etapa é utilizar mais plenamente as oportunidades nos espaços da cidade, mas usando uma estrutura maior em forma de cúpula, o Greendomo.
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GREENDOMO: PRODUÇÃO LOCAL E SUSTENTÁVEL
O projecto europeu Greendomo vai permitir obter um cultivo mais próximo, reduzindo o consumo de recursos em termos de custo e tempo despendido no transporte e armazenamento dos alimentos desde o produtor ao consumidor.
Este projeto de P&D é sustentável, pois minimiza ao máximo a pegada hídrica e de carbono, enquanto reduz o consumo de produtos fitossanitários para controle de pragas.
A inovação busca desenvolver um sistema intensivo de produção para cultivo urbano sem iluminação artificial, que permite a integração de novas técnicas multiníveis para atingir alta produtividade em sistemas de policultura.
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Do ponto de vista técnico, pretende-se obter ciclos de cultivo e rendimentos mais elevados, utilizando técnicas de cultivo multinível, para atingir uma produção até 22 vezes superior às culturas tradicionais em estufa, sem ter que incorporar iluminação artificial.
PASSO SEGUINTE DO GREENDOMO
O próximo passo do projeto é aproveitar mais plenamente as oportunidades nos espaços da cidade, mas usando uma estrutura maior em forma de cúpula.
Juan Pardo, Diretor Técnico do Projeto, explica a filosofia por trás da estrutura:
“A estufa Greendomo tem a forma de um globo, uma cúpula geodésica. É uma estrutura feita de triângulos, que é a forma geométrica mais simples que existe.
“O consumo de energia e a utilização de materiais são mínimos, para que não haja obstáculos estruturais à absorção da radiação solar pelas plantas, para que possam fotossintetizar.“A energia da luz é distribuída aqui de forma mais uniforme, para que não haja sombras que prejudiquem as plantas”.
SISTEMA CONTRA IMPACTOS CLIMÁTICOS E PRAGAS
O sistema de plantio vertical do Greendomo com colunas rotativas permite o cultivo de safras o ano todo e a necessidade de 70% menos água. E a grande rigidez de sua estrutura irá protegê-los das condições climáticas adversas e de pragas que afetam a qualidade da produção na agricultura mais tradicional.
A ideia é que o Greendomo possa ser instalado em parques, praças e até na cobertura de edifícios.Juan acredita que pode ser ainda mais lucrativo do que a produção nos sistemas de agricultura intensiva mais tradicionais:
“Isso porque você está abordando o que acredito ser a questão fundamental: a proximidade. Você está economizando no transporte, está cumprindo os requisitos das restrições de pegada de carbono e, está fornecendo um produto novo.
“O consumidor vai pagar mais por um produto que ele sabe que acabou de ser escolhido.”
Greendomo parece destinada a desempenhar um grande papel na agricultura urbana e na agricultura no futuro. Mas exigirá o apoio de governos e organizações pioneiras dispostas a apostar nele. Isso poderia ajudar a dar uma grande contribuição para a segurança alimentar e transformar a vida cotidiana dos moradores das cidades em todo o mundo.
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Andrea Weschenfelder
Plataforma Hidroponia – Editora WEB
MTB 10594