A Hidroponia no Brasil é uma tecnologia inovadora, mas não tão recente como se imagina. O cultivo de hortaliças como alface, por exemplo, teve uma grande ampliação nos últimos anos. O ciclo curto das culturas e o retorno mais rápido para o produtor, além de produtos saudáveis na mesa do consumidor, explica um pouco, a escolha por parte de alguns produtores.
Em Ponta Porã, no Mato Grosso do Sul o ponta pé inicial foi dado pelo agrônomo Márcio Benites Flor e sua equipe. Com o tomate hidropônico, a intenção é levar a mesa do consumidor o que há de mais saudável na cultura do tomate.
Com produção vantajosa e mercado garantido, a iniciativa de Márcio pode alavancar a produção do tomate em Ponta Porã e região. O tomate é um dos alimentos mais utilizados dentro de indústrias, restaurantes e mesas de várias residências no país. O plantio de tomate é considerado uma atividade de riscos. Como as plantações de tomates são normalmente atacadas por pragas, o uso de agrotóxicos em escala considerada alta, é inevitável. Por esse motivo, as variações e oscilações do preço do tomate são constantes no mercado.
Com as dificuldades, surgem as alternativas, e a ideia de plantar tomates pelo sistema hidropônico foi uma das saídas. Márcio que conta com o auxilio de Felipe Both e da também agrônoma Bruna Alana, com a experiência de já ter trabalhado em outras culturas, como a maçã, no estado de Wisconsin, nos Estados Unidos, falou em desafio consciente e que apesar de ser um início, tinha a noção do que seria necessário para desenvolver o tomate hidropônico em Ponta Porã. “Era preciso ter uma área boa para montar as estufas e começar a desenvolver o projeto. A área foi montada na propriedade de Felipe Both, depois de tudo construído, tive a felicidade de contar com dois excelentes profissionais, que são Bruna Alana e o Hugo Leonardo Sehnen. Depois de toda estrutura das estufas prontas, passamos a desenvolver a produção do tomate hidropônico. E claro, no início tivemos algumas dificuldades, adaptações de técnicas e manejos. Mas tudo deu certo e agora a ideia é expandir, construir mais estufas e produzir tomates para toda a região”, declarou.
Sobre a produção, Márcio fala em qualidade, escala satisfatória e vantajosa de produção de tomates, com a vantagem da diminuição de defensivos, com objetivo de zerar a necessidade através do chamado controle biológico. “A produção do tomate hidropônico tem grandes vantagens, como o menor uso de defensivo, sem impacto ambiental porque não gera resíduo. Fruto de melhor qualidade com mais tempo pós-colheita, o que para o mercado é interessante, por poder manter o produto por mais tempo na gôndola. Falando em produção, de início estamos produzindo algo em torno 40 quilos de tomates por dia. Em relação ao campo, que colhe aproximadamente 12 quilos por pé, é vantajoso, ainda estamos trabalhando com apenas duas estufas. Como nós estamos aumentando nossa produção, temos uma perspectiva otimista de produção diária. Como nossa intenção é aumentar ainda mais nossa estrutura, a produção em breve será ainda maior”, afirmou.
O tomate hidropônico já circula no mercado pontaporanense e tem grande aceitação, exatamente por causa do controle biológico, não utilizando defensivos. Como a intenção de Márcio Benites Flor é aumentar a produção, já existe o interesse de redes de supermercados em Dourados e nos municípios da região de fronteira. “Mercado nós já temos. Agora é trabalhar para produzir mais para o exigente mercado, que visualiza na hidroponia, o futuro das hortaliças. Como nós estamos produzindo o tomate em uma boa escala, o momento agora é de colocar cada vez mais o produto no mercado”, finalizou Márcio.