PESQUISA DE CULTIVAR DE BATATA É APRESENTADA PELA UPF NA EXPODIRETO

A Universidade de Passo Fundo (UPF) apresentou, na Expodireto Cotrijal, feira agrícola que ocorreu de 6 a 10 de março em Não-Me-Toque (RS), uma pesquisa de cultivar de batata. A produção de mudas de batata-semente da categoria básica é realizada no Laboratório de Biotecnologia da Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária da Universidade de Passo Fundo (FAMV/UPF) há mais de 20 anos.

Em 2016, foram produzidas em torno de 23 mil mudas de batata, atendendo a produtores de batata-semente do Rio Grande do Sul e do Paraná. Além da produção de batata-semente, em 2007, iniciaram as pesquisas para desenvolvimento de um novo cultivar, quando foram realizados cruzamentos entre vários materiais de batata, visando à obtenção de um material promissor, especialmente para utilização na indústria. A professora e engenheira agrônoma Dra. Lizete Augustin é a responsável pela condução dessas pesquisas na UPF.

Dentre os vários materiais obtidos, foi selecionado o clone X11-22, que se destacou na qualidade de tubérculo, principalmente em relação à indústria (produção de batatas chips e palito), por conter alto teor de matéria seca e baixo teor de açúcar, produzindo chips crocantes e que não escurecem. Além disso, se comparado a outros cultivares já existentes, o material também se mostrou produtivo, resistente a doenças e tolerante a ataques de insetos. O clone está em fase de testes de valor de cultivo e uso a campo para fins e registro e proteção junto ao Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e, em breve, poderá ser lançado como novo cultivar de batata.

A engenheira agrônoma Marilei Suzin, que atua no Laboratório de Biotecnologia e na pesquisa do novo cultivar, destaca que há grande procura por material local, uma vez que a maioria dos cultivares é importado e, muitas vezes, o material não é adaptado e acaba ocasionando perda de produção. “No Rio Grande do Sul, existe um grande mercado consumidor potencial para a batata processada, principalmente em forma de palitos pré-fritos congelados”, comenta, destacando que o lançamento de materiais com potencial produtivo e com qualidade de processamento poderá contribuir para incentivar a industrialização da batata na região, contribuindo para maior sustentabilidade dos pequenos produtores. “Isso fará com que eles permaneçam na atividade, fortalecendo a economia da região”, conclui.

Hidroponia

O processo de produção de mudas de batata inicia a partir da cultura de meristemas em laboratório, o que permite obter plantas livres de doenças, principalmente viroses. O processo não é simples: os meristemas são multiplicados no laboratório e fornecidos em forma de mudas, ainda in vitro, para os produtores de batata-semente que, em sistema de Hidroponia ou cultivo em estufa, aclimatizam as mudas para obter tubérculos de batata-semente da categoria básica G1. Estes, posteriormente, são multiplicados a campo por dois ou três ciclos para a obtenção de batata-semente de categorias mais avançadas (G2 e G3). Após esse processo, os tubérculos são repassados para produtores, que fazem o plantio e a produção das batatas destinadas ao consumo (mercado).

Recentemente, um diferencial foi agregado à prestação de serviço desse laboratório, que, além de ser credenciado junto ao Mapa como mantenedor de seis cultivares de batata (Baronesa, Ágata, Atlantic, Macaca, Cupido e Asterix), conquistou o Registro Nacional de Sementes e Mudas (Renasem) para certificação da produção própria de sementes e mudas de batata. Com isso, está apto a fornecer o certificado de mudas para que os produtores possam fazer a inscrição de seus campos de produção junto ao Mapa. No Rio Grande do Sul, praticamente não existe instituição com Renasem que disponibilize batata-semente básica com qualidade fitossanitária comprovada aos produtores.

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