O dia 8 de maio de 2012 foi um divisor de águas para o engenheiro agrícola Thiago Tombini, 28 anos, e seus familiares. “Trabalhávamos com extração de madeira. Esse seria mais um dia normal, se não fosse o acidente que aconteceu comigo. Durante a extração, uma árvore me prensou contra o trator. Por sorte, consegui me recuperar sem sequelas”, recorda Thiago. Contudo, o susto fez com que a família mudasse de ramo e buscasse uma atividade mais segura.
Entre 2004 e 2009 Thiago teve experiência prática na Hidroponia. “Trabalhei nas estufas da família do produtor Celso Hashimoto. Foi lá que aprendi muito sobre as técnicas de cultivo sem solo”, declara. Ainda em 2012, com a orientação do próprio produtor, Thiago, o pai Ênio (57), a mãe Maria do Carmo (54) e os irmãos Maicon (24) e Ênio Júnior (18), trabalharam juntos para construir um sistema hidropônico no sítio da família, em Itaúba (MT), a Hidroponia Tombini.
A Hidroponia Tombini fica aos cuidados de Ênio, que conta com o auxílio da esposa Maria do Carmo para tocar a produção. Atualmente, Thiago atua como extensionista da Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e atende os produtores da região. Pontualmente, ele visita a produção da família e assessora o pai nas questões das estufas.
Hoje, a estrutura da Hidroponia Tombini contempla 1,2 mil metros quadrados e produz uma média de 200 pés de folhosas por dia. O empreendimento cultiva majoritariamente alface, mas também tem variedades de cebolinha, salsa e almeirão. Sazonalmente, a família produz tomate e pepino.

Escolha pela Hidroponia
Thiago cita os fatores que levaram a família a optar pelo uso da Hidroponia no cultivo de hortaliças. “Um dos obstáculos para quem produz aqui é o clima, a temperatura média anual é de 27° C. Com o calor, toda a matéria orgânica utilizada na adubação apodrece rapidamente. Além disso, a acidez do solo é elevada, com o pH entre 4,5 e 5”, afirma o engenheiro.
Pelo fato de ser um cultivo protegido, a Hidroponia Tombini não fica refém das chuvas. “Aqui chove uma média de 250 mm por mês. Contudo, em época de seca, enfrentamos de 4 a 5 meses de precipitação pluviométrica escassa. Com a Hidroponia, conseguimos manter a produtividade independentemente destas condições”, frisa.
Com o sucesso no cultivo, a família espera aumentar a produção e o raio de distribuição das hortaliças que atualmente abastecem Itaúba e proximidades. “Esse tem sido um ano muito bom para a nossa Hidroponia. Agradeço a Deus, que nos ajudou a mudar esta história. Ao contrário de antes, agora temos uma atividade sustentável. Se continuássemos no outro caminho, talvez, hoje seria tudo diferente”, finaliza Thiago.