HIDROPONIA: A CIÊNCIA DE CULTIVAR SEM SOLO

De alguns anos pra cá, os produtos naturais deixaram de ser meros “figurantes” e, cada vez mais, disputam espaço às mesas. A tendência, segundo especialistas, teve início na Europa e, hoje, alastra-se por todos os países, inclusive no Brasil. Alimentos ecologicamente corretos ganham espaço, com velocidade vertiginosa, e conquistam novos mercados. Neste cenário, a Hidroponia ganha espaço. E a vasta possibilidade de produção atrai novos investidores.

No caso do produtor Adilson Steck, de Louveira (SP), a opção foi pela cultura de alface (variedade crespa e lisa), almeirão, chicória e rúcula. Há 15 anos, depois de sofrer grandes perdas com os pés de goiaba (devido às fortes geadas), ele decidiu apostar na Hidroponia. “O resultado foi excelente e imediato”, declara Steck. “Conseguimos ampliar a produção e oferecer ao mercado verduras diferenciadas, com qualidade superior. Além de ser mais vigorosa e macia, a verdura é limpa, porque sua raiz fica submersa em água corrente. Isso agrada aos olhos dos consumidores”, diz. “Quer mais vantagens?”, pergunta ele. “Os hidropônicos duram mais na geladeira e fora dela, pois permanecem com a raiz”.

Hoje, o hidroponista cumpre uma rotina diária que lhe toma toda a manhã. Às cinco horas, retira as verduras da água, embala uma a uma em sacos plásticos, antes de iniciar as entregas. Dali, elas seguem – ainda frescas – para diversos pontos de venda nas cidades de Valinhos e Atibaia (SP), regiões próximas ao sítio. Só de alface, ele colhe 1.800 pés por semana. No período da tarde, é a vez de fazer as mudas. É o agricultor mesmo que as produz, e, depois, elas são levadas para as grandes bancadas nas estufas. Lá, as hortaliças recebem nutrientes como: nitrogênio, potássio, fósforo e magnésio, dissolvidos na forma de sais – durante sua fase de crescimento.

As vantagens que a Hidroponia proporciona também chamam atenção. No sistema, a qualidade do alimento aumenta. Uma vez que o cultivo é protegido, a incidência de pragas é muito menor – já que as culturas não entram em contato com os contaminantes do solo, como bactérias, fungos, insetos e vermes. Além disso, existe alta produtividade, redução de mão de obra, manutenção e espaço.

Para Steck, a Hidroponia ainda permite uma produção o ano todo e bem mais rápida, se comparada à convencional. “Existe também a economia de água. Não há perdas por escoamento ou evaporação, pois o sistema é fechado. Enquanto a produção de uma planta de alface no solo pode gastar até 40 litros de água, no processo hidropônico gastam-se, em média, 10 litros, do plantio à colheita. E pretendemos diminuir ainda mais esses números”, comenta.

DE OLHO NO CONSUMIDOR

Na opinião do produtor, infelizmente, nas prateleiras dos supermercados, a inovação ainda passa despercebida aos olhos dos consumidores. “Hoje, a diferença de preço é muito pequena, chega entre 10% a 20%”, diz Steck. Também lembra que é preciso elevar os preços, uma vez que existem gastos diferenciados na cultura, como insumos e energia elétrica. “Relativamente, a diferença para a cultura convencional é de R$ 0,20”, diz Steck. Ressalta, igualmente, que é possível reduzir os custos na cultura hidropônica. “Quando comecei, o custo era em torno de R$ 0,70 por pé. Hoje, está em torno de R$ 0,06, sendo que vendo a R$ 1,30”, avalia. “Porém, o preço pago ao agricultor pode sofrer  quedas, devido ao cenário de crime atual que passa o país”, avalia. “O que falta é disseminar a cultura hidropônica; assim, as pessoas vão saber o que estão comendo”, finaliza. 

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