MAS AFINAL, O QUE É A MUDANÇA CLIMÁTICA?
O termo está na moda e circula entre os adeptos de discursos verdes e comunidades globais. Mas você realmente sabe como a mudança climática acontece e sobre o que se refere? Vamos trazer essa informação para você.
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A mudança climática refere – se a mudanças significativas e de longo prazo no clima global.
O clima global é o sistema conectado de sol, terra e oceanos, vento, chuva e neve, florestas, desertos e savanas, e tudo o que as pessoas fazem também.
O aquecimento global é o lento aumento da temperatura média da atmosfera da terra, porque uma quantidade crescente de energia (calor) do sol que atinge a terra está sendo aprisionada na atmosfera e não irradiada para o espaço.
A atmosfera da terra sempre agiu como uma estufa para capturar o calor do sol, garantindo que o planeta desfrutasse de temperaturas que permitissem o surgimento de formas de vida como as conhecemos, incluindo seres humanos.
Sem a nossa estufa atmosférica, a terra estaria muito fria. O aquecimento global, no entanto, é o equivalente a uma estufa com vidro refletivo de alta eficiência instalado de maneira errada.
Entre as diversas causas, está a economia massiva de práticas que prejudicam a qualidade ambiental, como o alto consumo. Uma preocupação do produtor hidropônico Cristian Eugenio Muxfeldt, 36 anos, formado em Marketing e pós-graduado em Gerência Empresarial, diretor da Hidroponia Saladíssima, de Salvador do Sul,RS.
“Acredito que o ser humano vem causando um dano ambiental pela grande quantidade de pessoas que existem no planeta. O planeta foi preparado para ter seres humanos, só que não com essa cultura de consumismo que hoje temos. Hoje 70% do que as pessoas compram, não é necessário, não precisam, e esses produtos comprados demandam energia, matéria prima e isso tudo se extrai do planeta”, observa. Mas por outro lado, Cristian acredita na resiliência ambiental. “Na minha visão, o ser humano está causando sim uma pequena força no meio ambiente. Mas também acredito que o planeta tem a capacidade de se refazer, a medida que você desmata, acaba por modificar uma área, mas em pouco tempo ela tem a capacidade de se readequar e recompor. Isso é o que eu acredito”, explica ele.
Agora que explicamos a mudança climática, vamos saber como ela influencia na produção de alimentos.
MUDANÇA CLIMÁTICA REDUZ A SEGURANÇA ALIMENTAR
Um dos impactos mais marcantes do aumento da temperatura é sentido na agricultura global. Embora esses impactos sejam sentidos de maneira muito diferente no mundo desenvolvido em grande parte temperado e no mundo em desenvolvimento mais tropical.
Diferentes culturas crescem melhor em temperaturas bem específicas e, quando essas temperaturas mudam, sua produtividade muda significativamente.
Ao mesmo tempo, os modelos populacionais globais sugerem que o mundo em desenvolvimento acrescentará 3 bilhões de pessoas até 2050 e que os produtores de alimentos do mundo em desenvolvimento devem dobrar a produção de alimentos básicos até então, simplesmente para manter os níveis atuais de consumo de alimentos.
Nessas situações, a Hidroponia pode ser a solução, já que oferece às pessoas a capacidade de cultivar alimentos em locais onde a agricultura tradicional simplesmente não é possível. “A Hidroponia minimiza o impacto no sentido do desperdício que é menor. Na Hidroponia geramos menos resíduos, é possível fazer um descarte de forma muito melhor. Nao saimos largando adubo como na terra, você consegue ter maior controle”, lembra Cristian.
Em áreas com climas áridos, a Hidroponia está em uso há décadas. Essa técnica permite que as pessoas dessas áreas desfrutem de produtos cultivados localmente e expandam sua produção de alimentos.
Da mesma forma, a Hidroponia é útil em áreas urbanas densas, onde a terra é escassa. A Hidroponia também é útil em locais remotos. Com tão pouco espaço disponível para o plantio, os sistemas hidropônicos, ocupam cerca de 20% da terra normalmente necessária para o crescimento das culturas como explica o produtor.
“Acredito que a maior vantagem na Hidroponia e junto com o advento da tecnologia é conseguir obter uma produção maior por metro quadrado, e isso se você simplesmente colocar uma iluminação artificial. Em um campo aberto você não consegue, é preciso uma estrutura de estufa ou alguma outra alternativa que possa permitir o uso de algumas tecnologias para ganhar produtividade. Mas o Brasil vem caminhando bem, produzimos, 50% a mais num mesmo espaço de terra que a produção na terra, segundo dados que pesquisei para o meu trabalho de conclusão de curso (TCC) para minha pós – graduação”.
E finalmente, o tempo pode se beneficiar da Hidroponia. Lugares onde as épocas de cultivo são mais curtas, os produtores usam estufas hidropônicas, onde a luz e a temperatura podem ser controladas para produzir maiores colheitas.
PRAGAS E DOENÇAS PODEM SURGIR COM A MUDANÇA CLIMÁTICA
O aumento da temperatura favorece pragas agrícolas, doenças e vetores de doenças.
As populações de pragas estão aumentando e as doenças encontradas apenas em áreas tropicais limitadas agora estão se tornando endêmicas em zonas muito mais amplas.
O aumento da temperatura também aumenta as taxas de reprodução de micróbios e insetos, acelerando a taxa na qual eles desenvolvem resistência a medidas e medicamentos de controle (um problema já observado com a malária no sudeste da Ásia).
A malária foi reduzida a uma doença apenas na estação chuvosa na maioria das áreas, é novamente endêmica quase em todo o ano. Da mesma forma, a dengue, antes confinada em áreas tropicais, tornou-se endêmica em toda a região.
ESTUFAS HIDROPÔNICAS ASSEGURAM PROTEÇÃO CONTRA ATAQUE DE INSETOS
Não vamos muito longe nesse aspecto, recentemente a Argentina e o Paraguai, por exemplo, foram acometidos por nuvens de gafanhotos identificadas no continente. Um fenômeno mais comum na África.
Os gafanhotos geraram alertas da FAO para as piores infestações dos últimos 70 anos. Nesses países, os insetos comeram plantações inteiras de milho, cana de açúcar e mandioca.
E segundo os especialistas, essa nuvem pode chegar ao Sul do Brasil – informação compartilhada pelo produtor hidropônico. “Eu acredito que sim, mas na parte do RS dado a velocidade com que eles avançam podem chegar nas cidades mais próximas da fronteira. Não acredito que adentrem muito o estado, por vários motivos: não devem ter fôlego para chegar até aqui, a não ser que uma reprodução em massa aconteça, e não sou também muito conhecedor dessa área, mas se fosse atacar a minha produção, os gafanhotos causariam uma destruição de 100% da produção. Isso porque a alface por si só, já é um produto delicado e qualquer estrago que houver em poucas folhas, o produto se torna comercialmente inviável, então o prejuízo seria imenso.
Mas por termos a estufa, que é telada e com plastico, conseguimos como lá na região da Argentina reduzir os riscos e prejuízo, pois com a estufa conseguimos lacrá-la, é claro que para isso é preciso ter uma boa estufa. Sabendo que a nuvem de gafanhotos se aproxima, você fecha tudo e depois abre novamente e mantém seu cultivo. É claro que o impacto econômico é menor. Então é uma das vantagens de ter uma estufa para o cultivo sem solo”, finaliza o produtor.
Como vimos, a era da Hidroponia está apenas começando. Existem dezenas, senão centenas, de variações da produção hidropônica. Precisamos de mais fazendas locais, urbanas, de alta tecnologia/nova tecnologia para atender à demanda de alimentos diante das mudanças climáticas.
O melhor é que você não precisa fazer muito para se envolver no movimento de alimentos, a não ser comprar produtos locais e/ou cultivar sua própria comida! Essa mudança pode começar com você!
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Andrea Weschenfelder
Editora WEB – Plataforma Hidroponia.