Por meio da Nota Técnica 03/2017, o Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário (MDSA) reconheceu, nesta semana, as atividades e serviços executados por entidades beneficentes de assistência social com atuação no meio rural pelo Sistema Único de Assistência Social (Suas), regularizando a certificação das entidades que atendem a população destas áreas. O novo entendimento viabilizou a renovação do Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (Cebas/Filantropia) da Emater-RS.
Uma solenidade realizada na manhã da última quinta-feira (30/03), no Palácio Piratini, em Porto Alegre (RS), marcou a renovação do certificado da entidade, garantindo a continuidade dos serviços de Assistência Técnica e Extensão Rural e Social (Aters) oficial do Rio Grande do Sul. Fato que se realiza há quase 62 anos, tendo como foco de atuação a promoção e o amparo social da coletividade rural por meio da Aters.
O evento contou com a presença do governador José Ivo Sartori, do ministro do Desenvolvimento Social e Agrário, Osmar Terra, do secretário estadual do Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo, Tarcísio Minetto, deputados estaduais e federais, secretários de Estado, do presidente da Emater-RS, Clair Kuhn, representantes de entidades ligadas ao setor e dos públicos assistidos pela Aters gaúcha, entre outras lideranças.
Kuhn agradeceu aos integrantes dos governos estadual e federal, parlamentares, entidades, funcionários da Emater/RS-Ascar e demais instituições representativas do meio rural pelo empenho na conquista da renovação do Cebas. “O trabalho desenvolvido pelas famílias que vivem e produzem no campo é fundamental para nossa sociedade, dele depende a produção de alimento que sustenta não somente as mesas do nosso país, mas também sua economia, e a Emater tem parte importante nesse desenvolvimento”, destacou. “Todas as decisões e atitudes que tomamos são pensando nas pessoas que tiram leite ou plantam no RS, não há nada melhor do que ser dono do próprio negócio, e agimos para que a sucessão rural seja uma realidade e essa produção continue”, acrescentou.
Somente em 2016, a Emater-RS assessorou 222.081 famílias de agricultores e pecuaristas familiares, indígenas, quilombolas, pescadores artesanais, assentados da reforma agrária e aquicultores em todo o Estado, conforme o presidente da Emater-RS. Os extensionistas retornaram, em média, 9,87 vezes em cada uma delas, totalizando 2.181.429 atendimentos, em 493 municípios em que a entidade está presente.
O ministro Osmar Terra afirmou que a agricultura familiar é um importante meio de erradicação da pobreza. De acordo com ele, o governo deve anunciar em breve recursos para fomentar a inclusão de pequenos produtores rurais que vivem em condição pobreza. O secretário Tarcísio Minetto disse que a renovação do certificado é fruto do trabalho de muitas mãos e agradeceu o empenho do ministro Terra. Minetto salientou ainda que o trabalho da Emater-RS é importante para o crescimento do PIB gaúcho e nacional, além de ajudar a suprir a crescente demanda por alimentos no mundo. “Trabalhar com agricultura é trabalhar com o desenvolvimento”, concluiu.
Conhecimento – Representando todos os públicos assistidos pela Emater-RS, o agricultor Antônio Carlotto, de São José do Sul, contou parte de sua história. Ele vive com a esposa em uma propriedade de 4 hectares e trabalhava como diarista, mas tinha um sonho de ter uma profissão, que se tornou realidade com o auxílio dos extensionistas. Hoje, além de cultivar morangos em estufa, produz outros 25 itens, vendidos para a merenda escolar e em uma feira de Porto Alegre. “Se o colono não tiver conhecimento, não produz. Com as técnicas e demais informações que o pessoal da Emater nos repassa, hoje me considero um ‘baita’ produtor, não em números e extensão de terra, mas em conhecimento”, sublinhou. “Foi o apoio da Emater-RS que permitiu que agora tenhamos internet, máquinas agrícolas e mais conforto na nossa propriedade”, finalizou Carlotto.