Uma estufa hidropônica automatizada é uma das principais atrações da 58ª Expô Araçatuba, exposição agropecuária que iniciou no dia 7 deste mês e se encerra no domingo, no Recinto de Exposições “Clibas de Almeida Prado”, em Araçatuba (SP). A iniciativa de levar a estrutura para a feira tem o objetivo de apresentar a técnica alternativa para os produtores da região. “Queremos mostrar para os agricultores da região as vantagens do cultivo sem solo”, destaca Nivaldo Agostinho, diretor-geral da Proteto, de Tupã, uma empresa especializada na fabricação de perfis e estufas agrícolas.
A estufa foi montada no estande dedicado à agricultura local. No espaço, o visitante pode conferir o cultivo de tomates em vasos, além de alface e agrião hidropônicos. Agostinho salienta que a técnica alternativa de cultivo oferece maior economia e rentabilidade. “Apesar de um custo maior na implantação do projeto, a Hidroponia compensa porque permite uma economia de mão de obra e redução de custos de produção com agrotóxicos”, salienta Agostinho.
Outra vantagem é a economia de água, um problema gravíssimo no estado de São Paulo, que durante os invernos quase sempre sofre com prolongadas estiagens. “A empresa tem 30 anos e há 22 trabalha com a parte agrícola. Nesses anos, vimos a Hidroponia crescer muito na região. Muitos produtores estão migrando do sistema convencional para o cultivo sem solo”, sublinha o empresário.
Agostinho esta à frente do Projeto Pai (Produção Agrícola Inteligente), uma iniciativa de transferência de tecnologia que já capacitou, de forma gratuita, aproximadamente 500 produtores da Região Oeste paulista. O projeto abrange a microregião de Lins, a mesoregião de Presidente Prudente, Assis, Bauru, Marília e Araçatuba. A unidade conta com dois módulos de produção e ocupa uma área de 2 mil metros quadrados, onde são repassados conhecimentos sobre técnicas modernas e sustentáveis, como cultivo protegido, Hidroponia, plasticultura, automação e variedades de enxertia, além de serem desenvolvidas novas tecnologias. “Até o final do ano, queremos ampliar a área de estufas em mais 1 mil metros quadrados e renovar as nossas hidroponias”, adianta Agostinho.
Plantio – O produtor José Antônio Figueiredo, com cultura no bairro da Divisa, em Araçatuba, conta que há dois anos sua família começou a plantar alface no sistema hidropônico. Hoje seu cunhado, que, segundo ele, foi o precursor da técnica no bairro rural, cultiva 648 metros quadrados da hortaliça, com uma produção média de 8,8 mil plantas em 28 dias. Com a Hidroponia, a cultura se desenvolve em todas as épocas do ano, sem problemas com o clima, sublinha o agricultor. “A vantagem é que a produção é mais rápida e que dificilmente você perderá essa produção”, afirma.
Figueiredo ressalta ainda que o sistema hidropônico permite um aproveitamento melhor do espaço. Nele, é possível ter uma rentabilidade maior em uma área menor que a das plantações tradicionais. Além disso, o solo que seria utilizado para a horta, pode ter outro destino, como pastagem. “A vantagem é que você fica com duas rendas. Você cria a estufa, sobra espaço no chão que seria usado para plantação e você usa a área para outra cultura”, observa.
Além de alface, também é possível cultivar outras hortaliças com a Hidroponia. Entre elas estão o almeirão, a rúcula, o agrião, a salsinha, a cebolinha, o hortelã e o espinafre. Também é possível produzir tomates com a técnica. As verduras são cultivadas no chamado sistema hidropônico fechado. Nele, a solução nutritiva passa pela planta e o excesso volta ao reservatório, sendo reutilizado. Já o tomate pode ser produzido em sistema hidropônico aberto, conforme o técnico. A bomba joga a água na planta, o líquido cai no substrato e é utilizado no tomate somente uma vez. O resíduo pode ser descartado ou utilizado novamente na produção hidropônica de alface.