ESTUFA HIDROPÔNICA: CONFORMIDADE DA PRODUÇÃO AGREGA SEGURANÇA AO SEU NEGÓCIO

A ideia prioritária para todo produtor hidropônico deve ser, antes de tudo, garantir a oferta de mais segurança alimentar e saúde do que a maioria das demais alternativas disponíveis no mercado.

Isso porque tudo que é cultivado de acordo com a lógica diferenciada dos sistemas de hidroponia precisa estar em conformidade com os padrões sanitários de uma estufa, que incluem higiene, limpeza, saneamento, treinamento de funcionários e muito mais.

Se você é um produtor que realiza o chamado “manejo protegido” em uma estufa – e comercializa seus alimentos como sendo mais frescos e nutritivos do que os convencionalmente cultivados -, aqui estão alguns pré-requisitos a serem observados, para assegurar que você obtenha vegetais “superiores”.

Praticando as orientações abaixo, temos certeza que você manterá uma produção “premium”, com altíssimo valor agregado – e se prevenirá de muitos problemas e “dores de cabeça” que o desleixo poderiam acarretar.

Afinal, um dos grandes diferenciais da Hidroponia é justamente a assepsia envolvida em todos os momentos do fluxo produtivo, desde o cultivo em si até o processamento, manuseio e embalagem. No fim das contas, é esse zelo que garantirá não apenas sua safra, mas, principalmente, a longevidade e expansão do seu negócio.

Conheça a seguir nossas dicas para resguardar sua produção e seu empreendimento das ameaças biológicas mais comuns inerentes ao cultivo hidropônico.

SEGURANÇA E CONFORMIDADE PARA SUA ESTUFA HIDROPÔNICA

MANTENHA OS EQUIPAMENTOS LIMPOS E HIGIENIZADOS

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Todas as superfícies e equipamentos devem ser higienizados regularmente, inclusive as próprias ferramentas de limpeza, os utensílios de manejo, as roupas, pias, mesas e tudo mais que integram o ambiente de cultivo.

Isto é para evitar que quaisquer possíveis patógenos de culturas hidropônicas sejam transmitidos   para produtos alimentares – e tragam, por consequência, doenças para colaboradores ou clientes.

Embora todos os itens presentes nas suas instalações devam ser limpos cotidianarmente, é vital   redobrar a atenção quanto à higiene de todas as superfícies ou ferramentas que entram em   contato direto com os alimentos – afinal, elas oferecem o maior risco de contaminação.

Com relação aos cultivares, a limpeza e desinfecção podem ser feitas com facilidade e segurança,   através da aplicação de uma solução com água sanitária (ou peróxido de hidrogênio) altamente   diluída.

TENHA UM LOCAL EXCLUSIVO PARA CUIDADOS PESSOAIS

Numa estufa (ou “casa de produção”) hidropônica deve haver condições que possam garantir grau apropriado de higiene pessoal, de forma a minimizar qualquer risco de contaminação das plantas pelo contato com objetos estranhos à rotina produtiva.

Os cuidados precisam incluir:

• Meios adequados de lavagem e secagem das mãos, tais como pias ou bacias exclusivas para essa finalidade;

• Lavatórios próprios, projetados apenas para a higienização da equipe;

• Locais apropriados para troca de roupa e armazenamento de objetos pessoais dos funcionários, suficientemente afastados das bancadas produtivas.

Uma área ou espaço reservado especialmente para a lavagem das mãos em sua estufa é de extrema importância. Entre cada toque ou manuseio de alimentos e contato com outros objetos, em qualquer estágio, as mãos devem sempre ser lavadas – e isso se aplica a você e a qualquer um de seus colaboradores.

MANTENHA REGISTROS

Pode parecer não ter nada a ver com segurança e conformidade em uma estufa a questão da “papelada”. Ainda assim, manter registros de todas as atividades ajuda a preservar o seu negócio e a amparar o “responsável legal” pela estrutura produtiva quanto a problemas jurídicos.

Não se trata de “bobagem” ou “mania de velho” o hábito de registrar e documentar as etapas de processamento, produção e distribuição, mas sim de cautela administrativa. Como já ensinavam nossos avós, “seguro morreu de velho”, então precaução nunca é demais quando lidamos com algo tão delicado quanto saúde pública.

Desse modo, estabeleça em sua rotina gerencial momentos dedicados a cumprir os itens orientados pela política de “logística reversa”, uma realidade que em breve será norma obrigatória para todas as cadeias produtivas do agronegócio.

Fazendo o seu “dever de casa” desde já, você sai na frente e não terá muitos percalços quando a legislação for alterada – algo que, pelo “andar da carroça” não deve demorar mais muito tempo. Habitue-se a reter todos os documentos por um intervalo de tempo suficientemente longo para garantir sua tranquillidade jurídica.

Vale ressaltar, contudo, que esse período pode ser muito maior que o da vida útil do produto. Assim, caso algum imprevisto ou incidente ocorra, a qualquer momento, você não terá maiores obstáculos para detectar o motivo ou para justificar sua isenção de culpa diante de uma eventual “acusação” ou mesmo processo formal.

Embora as inspeções regulares (tanto internas quanto feitas por órgãos públicos ou técnicos contratados) geralmente detectem violações no local, erros podem acontecer, ninguém está isento. Nesses casos, mais uma vez a documentação confere transparência, credibilidade e demonstra a efetividade do sistema de controle gerencial de sua empresa – além de evidenciar para o mercado sua preocupação com a integridade dos alimentos fornecidos.

Por fim, os registros certificam padronização, segurança alimentar e rastreabilidade (facilitam a aplicação de programas de “recall” e investigação de doenças), alguns dos principais diferenciais evocdos pela Hidroponia.

INVISTA EM COLABORADORES TREINADOS E INFORMADOS

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Uma coisa é seu chefe ou gerente saber todas as regras de limpeza e segurança; outra, bem diferente, é o ideal. Ou seja, para realmente aderir a padrões de excelência e conformidade em uma estufa, você precisa certificar-se de que todos os funcionários estão igualmente informados e alinhados a esses cuidados.

O treinamento e capacitação da equipe devem ir além do óbvio ensino das técnicas produtivas em si, pois é necessário abranger rotinas que incluam processos de limpeza e higienização, pré e pós-trabalho.

Aprender a identificar vestígios ou indícios dos principais vetores que atacam as culturas produzidas também pode ser um ótimo negócio; afinal, a prevenção geralmente é a maior aliada da redução de prejuízos.

TESTE REGULARMENTE SUA FONTE HÍDRICA

A água utilizada para o preparo da solução nutritiva (e consequente consumo pela planta) deve ser, no mínimo, limpa – mas, preferencialmente, potável.

Os vegetais cultivados por sistema hidropônico absorvem nutrientes e H²O em proporções variadas – tanto em função da especificidade de cada cultivar quanto em virtude das etapas do seu crescimento -, acarretando alterações constantes na composição da solução re-circulante. Por conta disso, cabe ao produtor manter atenção permanente a essa oscilação das proporções que integram o composto aquoso.

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Por isso:

• A água usada no cultivo hidropônico deve ser trocada em períodos regulares; e, se reciclada, precisa receber tratamento, a fim de minimizar chances de contaminação microbiana ou por substâncias químicas.

• O sistema de distribuição da solução diluída deve ser mantido permanentemente limpo – pois é grande o risco da proliferação de “invasores” patógenos caso esse item seja negligenciado.

• É essencial saber de onde está vindo o insumo mais essencial para a produção hidropônica; por isso jamais deixe de se certificar sobre qual a origem da água que está circulando em seu sistema – caso ela seja canalizada diretamente de alguma fonte, nascente, açude ou trecho de rio, por exemplo.

Nunca utilize algo que você não possa rastrear e certificar-se da salubridade durante todo o percurso. Uma vez identificado esse manancial e seu caminho, fica mais fácil avaliar se você precisará tratá-la, filtrá-la ou simplesmente poderá usá-la “in natura” – ou mesmo descartá-la   e mudar de “fornecedor”, caso alguma testagem aponte impotabilidade.

Isso aplica-se especialmente a áreas rurais, onde a fonte pode ser “viva” ou bruta – incluindo   as de poços, linhas d’água ou fontes ao ar livre (naturais ou artificiais). De modo geral, todo   tipo de recurso hídrico exige testagem periodicamente, a fim de minizar os riscos de contato   com bactérias, vírus ou amebas.

Mesmo que seu sistema hidropônico funcione separadamente de outros canais de irrigação,   certifique-se de testar todas as fontes isoladamente – incluise aquelas utilizadas para lavar   seus vegetais já colhidos, as ferramentas e mãos ou banho.

SIGA AS BOAS PRÁTICAS DE MANUSEIO (BPA)

O Sistema APPCC – versão nacional do Hazard Analysis and Critical Control Point (HACCP), criado nos Estados Unidos, em 1959 – tem sido reconhecido no Brasil por instituições oficiais como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Ministério da Saúde e Ministério da Ciência e Tecnologia, por atender os critérios da legislação nacional.

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Batizado em português de “As Boas Práticas Agrícolas”, o Sistema de Análise de Perigos e Pontos Críticos de Controle baseia-se em sete princípios relacionados à segurança alimentar e tem por objetivos:

• Proteger a saúde do consumidor de doenças por consumo direto e indireto de produtos agrícolas;

• Garantir que os produtos vegetais sejam adequados para o consumo humano;

• Manter a credibilidade da produção rural no mercado nacional e internacional.

Como vimos, manter um negócio baseado em estufa hidropônica totalmente seguro, limpo e compatível com os altos padrões exigidos pelo segmento e pelo mercado consumidor exige esforço contínuo e a uniformização de conhecimentos e procedimentos entre todos da equipe.

Mesmo assim, não é tão difícil quanto pode parecer a princípio, é mais questão de prática e organização do que qualquer outro fator. Invista nisso, pois a seriedade com que cada produtor encara esse aspecto do seu negócio faz toda a diferença em termos de posicionamento mercadológico e certamente traz frutos proporcionais!

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