ENTREVISTA COM O CONSULTOR HIDROPÔNICO MARCO WUNDERLICH

“Fazendas Urbanas vem para racionalizar o desperdício, além de oferecer alimentos frescos e próximos do consumidor”
Marco Aurélio Wunderlich

É preciso dizer que a produção de alimentos urbana não é uma solução mágica para a sustentabilidade. Mas continuar a desenvolver e expandir tecnologias para a produção de alimentos inovadoras é de grande importância para a alimentação da população em constante expansão no planeta.

E esse cenário está ligado a pessoas que escolhem aprender sempre, investir em aprendizado e autodesenvolvimento. E pensando nisso, a Plataforma Hidroponia traz o Engenheiro Mecânico Marco Aurélio Wunderlich, 36 anos, natural de Joinville/SC e diretor de Produção da empresa Be Green – fazendas urbanas.
Tendo experimentado navegar nas mudanças de carreira durante os últimos anos de sua vida profissional, Marco já foi projetista de produtos para Hidroponia e gestor comercial para a América Latina, mas ele não para por aí, atua também como Gerente Técnico do projeto de pesquisa e desenvolvimento de tecnologia aplicada a hidroponia em conjunto com o Centro Suíço de Eletrônica e Microtecnologia (CSEM Brasil) e AES Tietê.
Marco é focado em entender o que é necessário para se reinventar com sucesso. Sua história pessoal envolve hoje muitas frentes e é isso que o nosso bate papo com Wunderlich vai trazer para você.

PH – Fale de sua área de atuação e experiências atuais?
MW – Atualmente sou Diretor de Produção e P&D da empresa Begreen – Fazendas Urbanas. Iniciei minha experiência com Hidroponia como projetista na empresa Tecnoperfil, participando do desenvolvimento dos produtos e da marca Hortivinyl. Com isso, tive a oportunidade de estudar sobre o tema, realizar palestras, treinamentos e participar de feiras nacionais e internacionais. Fui responsável pela área técnica até assumir a gestão comercial. Em 5 anos expandimos e consolidamos a marca em todo o território nacional e em alguns países na América Latina e África.

PH – Como foi conciliar as atividades de produtor/consultor e comercial. E o que veio primeiro?
MW – Como consultor técnico da Hortivinyl, comecei a produzir em pequenos espaços até montar uma estufa laboratório onde desenvolvi soluções tecnológicas para melhorar o processo produtivo. Esta soma de experiência contribuiu na área comercial, onde pude compartilhar esses aprendizados com os clientes.

PH – E quanto ao novo desafio?
MW – Recentemente assumi a função de Diretor de produção e P&D da maior fazenda urbana da América Latina. Foi uma honra receber o convite do fundador e CEO da Begreen Giuliano Bittencourt. Tenho a enorme responsabilidade de ajudar a ampliar a operação, aprimorar os processos e evoluir com o emprego de tecnologia na produção de hortaliças. Também sou Gerente técnico de um plano de trabalho em parceria com AES Tietê e a CSEM que visa desenvolver soluções tecnológicas para cultivo com foco na eficiência energética.

PH- Qual será o projeto na Be Green?
MW – Para os próximos 3 anos temos contratado 8 fazendas em várias regiões do país. Nosso objetivo é oferecer uma experiência única aos nossos clientes com produtos livres de defensivos quimicos e de alta qualidade em um modelo de negócio com responsabilidade socioambiental.

PH- Em se tratando de mercado, quais as perspectivas das ações do mercado sustentável de alimentos?
MW – Percebemos uma mudança da sociedade onde o desperdício de alimentos, seja na produção, na logística ou na comercialização já não é mais aceitável. O surgimento de Fazendas Urbanas vem para racionalizar esse problema, oferecendo alimentos frescos produzidos muito próximo ao consumidor.

PH – O mundo empresarial está percebendo a necessidade da sustentabilidade em suas ações e processos?
MW – Certamente, o empreendedorismo sustentável (ou empreendedorismo orientado à sustentabilidade), que é o termo utilizado para definir negócios que combinam a geração de riquezas com o desenvolvimento socioambiental tem crescido no Brasil e no Mundo. Isso faz com que haja investimentos em ações onde todos ganham. As empresas agregam valor a sua marca e produtos reduzindo os impactos sociais e ambientais.

PH – As ações sustentáveis nas empresas convergem para uma mudança de mentalidade mais ecológica ou isso é apenas marketing?
MW – Há um movimento global que fomenta a consumo sustentável e isso tem impulsionado o debate, estudos e a criação de leis neste sentido. As ações sustentáveis aplicadas nas empresas contribuem para uma mentalidade de consciência ambiental.

PH – Na sua visão, a sustentabilidade está mudando o mundo dos investimentos?
MW – Sem dúvida, estamos vendo nos últimos anos investimentos maciços em iniciativas sustentáveis, o chamado “empreendedorismo verde”. Dados da Organização Mundial das Nações Unidas mostram que o mercado mundial da economia verde triplicou de 2017 até 2020.

PH – Qual a sua perspectiva de futuro para a produção de alimentos hidropônicos?
MW – Acredito que o mercado de alimentos hidropônicos crescerá muito nos próximos anos, acompanhando uma tendência mundial, impulsionado pela procura de alimentos mais saudáveis, seguros e que ofereçam menos impacto a natureza. O desenvolvimento e aplicação de tecnologias deverá ser o principal pilar que diferenciam a técnica de Hidroponia dos sistemas de produção convencionais.

PH – Como as startups de alimentos podem ganhar mercado com suas ações a partir de agora?
MW – Os novos hábitos alimentares a exemplo da crescente procura por alimentos mais saudáveis, a falta de tempo para prepará-los em casa e a procura por produtos diferenciados tem gerado excelentes oportunidades de negócios para inovar e desenvolver soluções para este crescente mercado.

Saiba mais sobre os projetos da Be Green: Fazenda Urbana com produção de hortaliças e peixes chega a BH

Andrea Weschenfelder
Plataforma Hidroponia – Editora WEB
MTB 10594

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