Mais de 350 produtores de morango da Região Central do Rio Grande do Sul participaram do 18º Dia de Campo do Setor de Fruticultura do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). O evento ocorreu na última quarta-feira (19/04), no anfiteatro do Colégio Politécnico, em Camobi, em uma parceria do Colégio Politécnico da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Instituto Federal Farroupilha (IFF/São Vicente do Sul) e Emater-RS.
A atividade começou às 8h30min, com abertura do evento e palestra sobre o potencial da cultura do morangueiro, com exemplos e desafios do cultivo, manejo em substratos e em Hidroponia, e ainda sobre as variedades do morangueiro, características, exigências, adubação foliar e podas. A atividade seguiu à tarde. Das 13h45min às 17h, o Dia de Campo apresentou dez estações de visitação: manejo da irrigação e fertirrigação, tipos de substratos e cuidados, elaboração de calda nutritiva com cama de aviário, formas de comercialização, embalagens e agregação de valor, manejo do morangueiro em sistema hidropônico, manejos convencional e orgânico das doenças e das pragas, custos de produção, podas e adubação foliar e formas de cultivo do morangueiro.
Na Região Central do Rio Grande do Sul, formada por 35 municípios, são cultivados 45 hectares de morango, em uma atividade que envolve atualmente 345 produtores rurais. Um número expressivo, já que, em 2014, a área era de 31,4 hectares. “Foi uma oportunidade de disseminar o saber produzido dentro da universidade, principalmente entre técnicos, produtores e pesquisadores, além de ser muito positivo devido à atual fase da cultura, quando se está implantando ou fazendo um manejo bastante drástico para começar a produção”, ressalta o assistente técnico de Fruticultura do Escritório Regional da Emater-RS de Santa Maria, engenheiro agrônomo Alfredo Schons.
Carência de informações
Apesar da importância econômica da atividade, ainda há carência de informações sobre a cultura do morangueiro, diz Schons. “Ainda se tem pouco conhecimento da cultura pela necessidade exigida, pois ela é altamente tecnificada e, se não acompanharmos essa tecnologia, estaremos fora do mercado, apostando na decadência da cultura e inclusive perdendo produtores”, avalia o técnico. Com essa preocupação, na região de Santa Maria, a Emater-RS está qualificando técnicos de todos os 35 municípios dessa área administrativa, pois praticamente todos da região estão trabalhando com o cultivo do morangueiro, enfatiza Schons.
Para o técnico regional, mais do que o aumento de área, o fato revela que a preocupação com a tecnificação da cultura está mobilizando produtores e pesquisadores para o seu crescimento. “Hoje é possível trazer o cultivo para dentro de áreas cobertas e longe do chão, trabalhando o cultivo com fertirrigação e substrato e onde o agricultor pode trabalhar de pé, com maior conforto. Mas tudo isso requer conhecimentos técnicos sobre os manejos, principalmente sobre pragas e doenças, e aí está a importância dessa reciclagem”, completa.