Entre os dias 11 e 15 de setembro, Porto Seguro (BA) receberá o 25° Congresso Brasileiro de Fruticultura e a 63ª Reunião Anual da Sociedade Interamericana de Horticultura Tropical. Sob o tema “Grandes Desafios, Ciência e Conhecimento para Inovação”, o evento promoverá conferências, mesas redondas, minicursos e câmaras e visitas técnicas.
A base de discussão do congresso será o programa “5 ao Dia”, iniciativa criada nos Estados Unidos que visa a promover o consumo diário de, pelo menos, cinco porções de frutas, legumes e verduras. O programa, que é uma realidade em mais de 30 países, tem como meta contribuir para a prevenção de diversas doenças crônicas associadas à alimentação. “Inclusive, teremos a presença de um palestrante que implementou esse programa no Uruguai e compartilhará sua experiência conosco”, revela o presidente do evento e professor da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Dr. Abel Rebouças São José.
O presidente do congresso também ressalta que, apesar dos avanços, o Brasil está muito abaixo do índice de consumo de frutas e hortaliças recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de 400 gramas. “A média de consumo de frutas e hortaliças do brasileiro é de 150 gramas. Há quatro anos, esse parâmetro girava entre 110 e 120 gramas”, informa. Segundo o especialista, a expectativa é de que nos próximos anos a marca brasileira passe de 200 gramas/dia. “A própria imprensa tem realizado um trabalho de divulgação das potencialidades destes alimentos saudáveis. A presença de antioxidantes e outros atributos que colaboram à qualidade de vida das pessoas são a propaganda natural das frutas e hortaliças”, afirma Abel.
Olericultura tropical e cultivo sem solo
Entre os palestrantes convidados ao evento, está o professor do Departamento de Produção Vegetal da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” (Esalq-USP), Dr. Paulo César Tavares de Melo. O especialista vai traçar um panorama sobre a olericultura brasileira, com uma perspectiva no cultivo tropical.
“A olericultura tropical é um tema que já venho estudando há muito tempo. O objetivo na palestra será mostrar como está caracterizada a questão nacional da produção de hortaliças e traçar um paralelo em relação às interfaces de outros países das Américas do Sul e Central”, declara Melo.
O desafio de produzir no Cinturão Tropical é mais difícil em relação a regiões de clima temperado, segundo Melo. “Sofremos com o ataque permanente de vetores de vírus, visto que não enfrentamos um inverno rigoroso para interromper o ciclo. Mosca branca, pulgões, tripes e tantos outros problemas são comuns na horticultura tropical”, explica. De acordo com Melo, é preciso que as pesquisas sempre estejam à frente para estudar a dinâmica destas pragas e encontrar soluções – tanto definitivas, quanto paliativas – adequadas à realidade local.
O professor da Esalq-USP também discorrerá sobre a importância do desenvolvimento da horticultura para suprir a crescente demanda global de alimentos. Neste contexto, o especialista salienta a alta produtividade por metro quadrado do cultivo sem solo, que se torna em alternativa viável para a obtenção de mais comida com menos impacto na natureza. “A Hidroponia tem despontado na horticultura. Sem dúvida, esse sistema de cultivo terá um papel muito mais importante para a produção de alimentos nos próximos anos”, projeta.
Mais informações sobre o 25° Congresso Brasileiro de Fruticultura e a 63ª Reunião Anual da Sociedade Interamericana de Horticultura Tropical estão disponíveis no site https://www.fruticultura2017.com.br/.