A AQUAPONIA RENDENDO PRÊMIOS

Um ponto de equilíbrio entre a natureza e o urbano e que, além de tudo, contribua com o social. Essa foi a premissa do projeto apresentado pelo arquiteto e urbanista Ryller Veríssimo, que em 2019 conquistou o III Prêmio Rosa Kliass, um concurso universitário nacional de Paisagismo.

O projeto ‘Agriculture 2050 – Urban Farms e Urban Forests nos fundos de vale, um modelo possível de desenvolvimento e autossustentação do futuro’ foi criado em 2018 como Trabalho de Conclusão de Curso de Ryller para a faculdade de Arquitetura e Urbanismo. A ideia consiste em criar estruturas com seis torres verticais de cultivo e terraços escalonados desenvolvidos em um período temporal de 2020 a 2050, alimentando pessoas carentes utilizando apenas o conceito da Aquaponia. “Teríamos tanques com peixes tratados com ração e utilizaríamos os seus excrementos com nutrientes para cultivar a horta”, detalhou Veríssimo.

A inspiração veio quando o estudante, que sempre atuou durante a sua vida acadêmica no âmbito social, procurava uma maneira de integrar os espaços verdes com as áreas da cidade, chegando ao conceito das fazendas urbanas. “Visitei a BeGreen, em Belo Horizonte/MG, que é a primeira fazenda urbana da América Latina. Lá, fiquei sabendo sobre a Aquaponia e vi que poderia encaixar com o meu projeto”, relembra.

Outro atrativo do projeto seriam as suas três bases, – social, econômica e ambiental – que irão beneficiar diversos setores no local aplicado. “Teremos áreas de lazer com os Centros Esportivos, iremos fomentar a produção de alimentos para as pessoas em vulnerabilidade social, e valorizaremos o espaço abandonado, dando novas funções e enaltecendo o seu potencial paisagístico”, observou.

Quem orientou o projeto foi a professora Dra. Lilian Nakashima. A orientadora ressalta que a ideia procura corrigir o crescimento não planejado nas grandes cidades, que acabou deixando de lado a importância do Meio Ambiente convivendo com os centros urbanos. “O objetivo desse parque linear de grandes dimensões, com enfoque na agricultura urbana como principal atividade articuladora e atração, surge como proposta transformadora e modelo para a solução de problemáticas transversais das cidades contemporâneas, decorrentes desses processos”, explicou.

Mesmo morando em Ibitinga, interior de São Paulo, a cidade escolhida para implementar o masterplan ‘Agriculture 2050’ foi Bauru/SP. Veríssimo conta que esteve no local fazendo visitas técnicas durante o curso e que viu ali a oportunidade de reavivar a região, que carecia de áreas verdes bem como espaços para a comunidade usufruir. “O próximo passo é apresentar o plano para a prefeitura de Bauru e, quem sabe, eles consigam viabilizar algumas dessas melhorias futuramente”, planeja o estudante, que agora está fazendo pós-graduação em Planejamento Urbano e Políticas Públicas na Universidade Estadual Paulista (UNESP).

A verdade é que o projeto inspirado na Aquaponia já abriu e vai abrir muitas portas para Ryller Veríssimo. Uma dessas portas foi expor a parte teórica do projeto na Universidade do Minho, em Portugal. “Quero difundir essa ideia em outros lugares e continuar atuando nessa área, que já me deu tanta satisfação”, concluiu o pós-graduando.

Por Jorge BoruszewskyFonte: Ryller Veríssimo; BeGreen; Lilian Nakashima;

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