Será realizado em Lisboa, Portugal, entre os dias 1° e 4 de novembro, o 1° Congresso Luso-Brasileiro de Horticultura (CLBHort 2017). Sob o tema “Inovação a Serviço dos Negócios”, o evento será um fórum aberto a pesquisadores, professores, técnicos, extensionistas e empresários dos diferentes ramos da horticultura (incluindo a própria Hidroponia). Seu principal objetivo é promover o intercâmbio de conhecimento entre profissionais brasileiros e portugueses, além de outros países de língua oficial portuguesa.
A iniciativa é resultado da cooperação da Associação Portuguesa de Horticultura (APH) com a Associação Brasileira de Horticultura (ABH), o Instituto Superior de Agronomia da Universidade de Lisboa (ISA – Lisboa) e a Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz” da Universidade de São Paulo (Esalq-USP), entre outras instituições portuguesas e brasileiras.
A ampla programação do evento é destacada pela presidente da ABH, Tiyoko Nair Hojo Rebouças. “Quando se pensa em horticultura, as pessoas geralmente associam ao cultivo em horta apenas. Contudo, a horticultura abrange um universo muito maior. Estão englobadas áreas como olericultura, floricultura, fruticultura e plantas medicinais e condimentares. E essa diversidade de temas será observada no congresso”, antecipa.
Desenvolvida para promover a interação entre os participantes, a programação do CLBHort 2017 aposta na ligação entre a pesquisa e a inovação, baseada no conhecimento e na sustentabilidade. Serão realizados fóruns de discussão, conferências plenárias conduzidas por especialistas reconhecidos internacionalmente, mesas redondas, apresentações de trabalhos científicos, workshops e visitas técnicas a produtores da região de Lisboa. Mais informações podem ser obtidas pelo site: https://clbhort2017.com/
Hidroponia como alternativa viável e sustentável
Se o atual ritmo de consumo continuar, em 2050 mundo precisará de 60% mais alimentos e 40% mais água, segundo relatório da Organização da ONU para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Com este cenário, Tiyoko alerta sobre a necessidade da horticultura investir em pesquisa e tecnologias para aumentar a produtividade, mas sem se esquecer da qualidade de vida. “A expectativa de vida da população aumentou. Cresce também a necessidade de envelhecermos com mais saúde. E uma longevidade saudável passa inevitavelmente pelos alimentos que colocamos na mesa”, observa.
Para atender às projeções de demanda de alimentos para próximos anos, a presidente da ABH cita a Hidroponia como uma das alternativas mais viáveis, especialmente para regiões com condições climáticas adversas para agricultura. Atualmente, docente pela Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), Tiyoko recorda sua experiência acadêmica. “Em 1986, fiz parte da minha tese de mestrado sobre a Hidroponia no Japão. Como o país possui clima predominantemente frio, com uma média de quatro meses de incidência de neve, os agricultores locais precisaram utilizar tecnologias para que pudessem produzir alimentos pouco resistentes ao frio. Foi neste momento que surgiu o cultivo sem solo na região”, explica.
No Brasil, a presidente da ABH coloca a Hidroponia como uma opção para o Norte e Nordeste. Diferentemente do Japão, estas são regiões de clima tropical, mas o sistema de cultivo também proporcionaria benefícios. “Principalmente no Nordeste, a aridez e escassez de recursos naturais são grandes obstáculos para o cultivo convencional de alimentos. Pelo fato de economizar no consumo de água, não depender do solo e reduzir a necessidade de defensivos, a Hidroponia é um caminho concreto para suprir a carência de alimentos nestas regiões”, finaliza.